“Working nine to five” (Trabalho das nove ás cinco)

Working nine to five … ” Tenho a certeza que se lembra da magnifica canção de Dolly Parton. Obviamente que não estou aqui hoje para escrever um artigo sobre a canção, mas sim sobre o meu trabalho e o meu emprego das “nove ás cinco”.

Sendo uma tradutora freelancer independente, sou a minha própria patroa e faço as minhas próprias regras. Pode pensar-se que é algo bastante bom, pois trabalho a partir de casa, não preciso de apanhar transportes e posso ser mais flexível  com o meu horário de trabalho. Poderá ser assim com outros colegas, ou até com outros freelancers, mas certamente não é o meu caso.

Desde que iniciei a minha carreira, tive sempre muito orgulho da minha ética profissional e da minha disciplina. Foi algo que me foi dito quando tirei o Curso de Tradução e que ficou comigo para sempre. Eu estou a trabalhar em casa, mas devo olhar para mim como uma empresa, porque eu sou uma “empresa”, eu providencio serviços aos clientes e devo levar-me e ao meu trabalho a sério, para que possa ganhar a confiança e o respeito dos clientes.

Todos os dias sigo um horário muito estrito, para poder estar no trabalho, pronta para servir os meus clientes. Não apanho transportes, é um facto, não apanho, mas mesmo assim levanto-me às 6.30h, para poder fazer tudo (inclusivé passar algum tempo com a minha filha de dois anos) antes de ir trabalhar. Penso que ser tão disciplinada é muito benéfico, não só trabalho nas horas em que sou mais produtiva, mas ofereço um serviço mais fiável aos meus clientes.

Se é oferecido  um trabalho  e eu estou disponivel, poderei conseguir esse trabalho, caso contrário, o cliente passá-lo-á a um colega. O primeiro a chegar é o primeiro a ser servido. Trabalho das 10h ás 17h, porque é a melhor altura para mim. O meu trabalho requer muita concentração e eu necessito de estar completamente alerta, para poder concentrar-me e fazer o meu trabalho. Não seria possível para mim trabalhar à noite por exemplo, pois estaria demasiado cansada para me poder concentrar e produzir trabalho com a mesma qualidade, e isso para mim é crucial.

Estou muito focada no serviço ao cliente. Ponho-me sempre no lugar dos clientes. Claro que não concordo, nem pratico, rotatividades loucas e irrealistas. Penso que não são benéficas para a qualidade do trabalho, mas concordo que se recebo um trabalho e aceito um trabalho hoje, terei de estar preparada para o concluir num espaço de tempo aceitável, porque isso é o que o meu cliente espera de mim. Penso que esta atitude fez-me ganhar a confiança dos clientes e essa é a razão pela qual voltam.  Penso também que é muito importante manter um equilíbrio na vida. Eu tento manter esse equilíbrio entre a vida profissional e a vida familiar, no meu caso particular, escolhi não trabalhar aos fins-de-semana, pois penso que é muito importante tirar algum tempo para mim e para ser uma mãe para a minha filha. Isto é algo também muito importante para mim.

Alguns colegas têm rotinas totalmente diferentes e escolhem caminhos totalmente diferentes.  Afinal, cada um escolhe o que é melhor para si. Aqui não há certo ou errado. Talvez para mim, diria que a disciplina é uma parte muito importante do meu estilo de vida e do meu trabalho.

Cátia