Um líder

Um líder é uma pessoa que encoraja os membros da sua equipa.  Ser líder significa ser uma figura fortalecedora para a empresa. Um patrão deveria ser um líder, não um tirano ou bully. Embora este assunto não esteja directamente ligado ao sector da tradução, é algo que acredito firmemente e algo que vejo acontecer frequentemente.

Nas últimas décadas, o local de trabalho sofreu uma enorme transformação. Avanços tecnológicos criaram uma cultura de “aqui e agora”. Caso tenha um smartphone pode atender chamadas e responder a emails a qualquer hora do dia, caso haja uma tarefa a cumprir, é suposto que a faça já, não importa que sejam 3 horas da madrugada. Isto levou a uma cultura tóxica, onde os empregados são considerados propriedade da empresa, desrespeitados regularmente, e a chefia parece acreditar que tem todo o direito a esse desrespeito. Acontece em locais de trabalho por todo o mundo, desde a pequena empresa familiar, às grandes multinacionais.      

O patrão

O patrão é um líder. Um bom chefe mostra o caminho à equipa, trabalha com a equipa, para a equipa. Responde a questões, dá formação aos empregados. Na minha opinião, para ser um bom patrão há que saber o trabalho de trás para a frente, para ser capaz de delegar e mostrar como se faz, caso haja alguma dúvida. Um líder tem de crescer com a equipa, ouvi-la, aprender com ela, porque é assim que todos nós crescemos. O verdadeiro líder é o que confia na sua equipa e lhe dá liberdade para efectuar o seu trabalho.

Um emprego tóxico

Outro dia, li um comentário nas redes sociais, o qual acredito firmemente ser verdade. “Não deixamos um emprego; deixamos uma cultura tóxica”. Os empregados fazem uma empresa crescer e florescer. Se o pessoal está descontente, com excesso de trabalho ou é maltratado, não será capaz de alcançar o seu potencial máximo, e isso afectará a empresa e os empregados.

Uma boa cultura empresarial, onde os empregados se sintam empoderados para dar ideias, que se sintam parte da equipa e que o seu contributo é apreciado, fá-los-á sentir bem e mais produtivos.  

Se uma pessoa não é respeitada no local de trabalho, se é maltratada, diminuída, questionada e está constantemente sob pressão desnecessária e irrazoável, não será capaz de dar 100%. É mau para empresa, pois não atinge as suas metas; é mau para o empregado maltratado, que começa a sofrer de stress e por vezes, de problemas mentais; e para a economia, pois a falta de produtividade e os custos com a saúde são muito elevados.

Muitos empregados despedem-se, e fazem-no não por causa do emprego, fazem-no por causa da cultura tóxica e o patrão tóxico. Por vezes, nem sequer é o patrão, mas alguém que se vê como tendo uma posição de poder. Tive essa experiência no meu primeiro emprego, num supermercado e, ultimamente, tenho visto acontecer a amigos muito próximos.

O balancete

Gestores imaturos e narcisistas, podem apenas olhar para as contas da empresa e analizá-la através dos relatórios financeiros. Na minha opinião, isso só levará a fracasso. Quando os resultados não são os melhores, é preciso saber a razão pela qual isso acontece, não apenas apontar dedos e fazer assunções simplistas. Muitas vezes a empresa apresenta muitas despesas desnecessárias, porque um mau gestor falhou em abordar o problema, o mais certo é que esse gestor seja a razão para o problema. Olhar para o balancete é crucial, mas antes de se olhar para o balancete há que entender que este é uma reflecção da cultura da empresa, e esta não está quantificada no balancete, pelo menos não directamente. Um empregado maltratado que precisa de tirar um dia de baixa, porque sofre de stress extremo ou depressão irá afectar a empresa, pois é pago e não trabalha. Mas não aparece no balancete a razão para essa ausência, nem os custos a nível pessoal que teve nesse empregado em particular.

Pensamentos sábios

Felizmente, nem todos os patrões são maus. Na realidade, vemos muitas vezes que alguns dos empresários de maior sucesso no mundo, entendem a necessidade de ter uma excelente relação com os seus empregados. Recentemente, vi uma entrevista com o Sir Richard Branson, onde ele afirma que “forme as pessoas suficientemente bem para que saiam, mas trate-as suficientemente bem para que não queiram sair”. Eu admiro muito o Sir Richard Branson. Se alguém como ele entende isto, é difícil para mim perceber que muita gente não o veja assim.  

Afinal, tudo se resume a respeito. Devemos respeitarmo-nos uns aos outros, e devemos ajudarmo-nos uns aos outros, porque todos nós precisamos uns dos outros. Aqueles que pensam que não precisam dos outros, vivem num mundo fictício.