Crise na Ucrânia pode ajudar Boeing a assumir liderança mundial, como produtora de aviões. Nos últimos anos, a Boeing foi alvo de algumas críticas devido a vários problemas, tais como a suspensão de operações do 737 MAX, após os acidentes que mataram 346 pessoas no total, e também devido a alguns problemas na fábrica responsável pela produção do Dreamliner, na Carolina do Sul.
Mas de acordo com um artigo publicado no World of Aviation que foi também baseado mum outro artigo publicado na The Conversation, a empresa poderá estar prestes a assumir de novo a liderança.
O titânio é um recurso essencial na manufactura na aviação
Os aviões têm de ser leves, por várias razões. A primeira é que se um avião for muito pesado não conseguirá voar; a segunda é devido ao consumo de combústivel. Isso significa que o sector está muito dependente de materiais leves tais como o titânio. Para além de ser leve, o titânio possui também outras excelentes propriedades, tais como a sua resistência no geral e também a resistência ao calor, o que o torna o material perfeito para a aviação. É utilizado em diversas partes essenciais do avião, incluíndo a fuzelaggem e o trem de aterragem. O maior problema é que o titânio é bastante escasso e, de acordo com o artigo, 16% do titânio é produzido na Rússia e na Ucrânia. A actual situação envolvendo os dois países significará dificuldades para os fabricantes de aviões. Ou talvez não!
A Boeing tem-se vindo a proteger há 8 anos
Segundo o artigo, a Boeing entendeu a importância deste matrial e mais importante ainda, a importância da diversidade de fornecedores. Ao que parece, em 2014, quando ocorreu a invasão russa da Crimeia, a Boeing deu passos muito importantes para garantir o seu futuro. O primeiro passo foi começar a armazenar titânio e o segundo foi começar a procurar por outros fornecedores.
Este ano, e após a actual invasão da Ucrânia pela Rússia, a Boeing não está preocupada com o fornecimento do metal. O artigo afirma que a empresa publicou uma declaração, no início de Março, a assegurar os seus clientes de que possui um excelente fornecimento de titânio, graças ao seu óptimo inventário e grande diversidade de fornecedores.
A Boeing poderá assumir a liderança
A actual crise na Ucrânia e a pertubação no fornecimento de titânio associada a esta, poderá ajudar a Boeing a assumir a liderança como fabricante de aviões. O artigo menciona que outros fabricantes tais como a Airbus e Embraer estão largamente dependentes do titânio russo. O artigo afirma que a Airbus obtém cerca do 50 a 60% do seu titânio da Rússia, enquanto que a Embraer, um fabricante mais pequeno, obtém 100% do seu titânio daqele país. O artigo afirma ainda, que a Being depende da Rússia epenas para 35% do seu titânio.
A Boeing suspendeu os seus negócios com a Rússia, no seguimento da invasão e subsequentes sansões impostas ao país. Embora o metal não esteja ainda coberto pelas sansões americanas. O facto que que a Boeing possui material suficiente para continuar as suas actividades e cumprir os seus contratos, poderá significar que está mais bem preparada para enfrentar a crise. Caso problemas com o fornecimento forcem outros fabricantes a parar ou perturbar gravemente a sua produção, isso poderá levar as companhias aéreas a procurar noutro lado para os seus contratos e isso poderá ser uma vantagem para a fabricante americana.