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“Meu Deus, é uma mulher!”

“Meu Deus, é uma mulher!” Este foi o nome escolhido pela Aviadora Australiana, Nancy Bird Walton  para a sua auto-biografia. Eu posso imaginar que ela deva ter ouvido esta frase muitas vezes, uma vez que nessa altura, ser piloto não era algo que se esperasse de uma mulher. Na realidade, as mulheres eram desencorajadas de fazer tantas coisas. Elas eram desencorajadas de almejar por uma carreira e ambição tinha uma conotação muito má para as mulheres. Se uma mulher fosse ambiciosa, era vista como impiedosa, egoísta e obcecada pela carreira profissional. Infelizmente, penso que algumas pessoas ainda pensam assim.  

A sua história

Nancy nasceu em Outubro de 1915 em Kew, uma pequena vila na Costa Central North de Nova Gales do Sul. O seu amor por voar começou muito cedo, com a apenas 13 anos de idade, quando embarcou num voo num de Havilland Gipsy Moth, numa feira local. Após este evento teve lições com Kingsford Smith, outro grande nome da Aviação Australiana, obtendo a sua licença de classe A com apenas 17 anos de idade, dois anos mais tarde obteve a sua licença comercial. Contudo, não foi a primeira mulher piloto. Comprou o seu Gipsy Moth e utilizou-o para voar por toda a Austrália e levar pessoas em viagens de veraneio em feiras locais.  

Trabalhou com o Royal Far West Children’s Health Scheme e operou um serviço de Ambulância Aéreo com base em Bourke, em Nova Gales do Sul.  Utilizando mapas rodoviários, ela aterrou em campos perigosos, mas nunca teve um acidente na sua carreia.  

Era imparável, durante a  Segunda Guerra Mundial comandou as Australian Women’s Air Training Troops, fundou a Australian Women Pilot’s Association em 1950 da qual se manteve presidente até 1990.

Galardoada com a Ordem do Império Britânico em 1966 e em 1990 nomeada Oficial da Ordem da Austrália, menteve a sua licença de piloto até 2006, três anos antes de falecer, em Sydney.

O seu legado

O terminal do aeroporto de Bourke foi nomeado de Nancy Bird Walter. A Australian Geographic Society criou uma bolsa de estudo para jovens aventureiras com o nome desta magnifica pioneira. Mas o seu legado vai muito para além dos prémios e consagrações, embora não possamos esquecer a sua contribuição e proezas fantásticas.  

Nacy Bird Walton mostrou às raparigas que podiam seguir os seus sonhos, mesmo que estes não fossem considerados como “apropriados para senhoras”. Não tem mal nenhum ser aventureira e, sim, ser ambiciosa, porque temos de ser a melhor versão de nós mesmas e isso significa viver uma vida realizada. Não importa se isso significa ser piloto, astronauta, mineira, engenheira ou trolha. Sejam ambiciosas, sejam vocês mesmas e sejam o melhor que podem e isso será impressionante.