Racismo, uma palavra triste

Racismo, que palavra tão triste, confesso! Normalmente, os linguistas adoram palavras, mas este tipo de palavra eu gostaria de ver erradicada de todos os dicionários, em todas as línguas. Mais importante ainda, gostaria de o ver desaparecer da face da Terra e ver todos os seres humanos serem tratados igualmente, porque é isso mesmo que nós somos, iguais!   

Os seres humanos têm todas as formas e tamanhos. Alguns são altos, outros baixos. Alguns têm olhos azuis, outros castanhos, ou verdes, ou pretos. A nossa pele também pode ter uma cor diferente, branca, escura, azeitona. E todas estas diferenças são o que faz de nós únicos, não superiores, não inferiores, apenas únicos. Esta diversidade é que nos torna interessantes e bonitos. Se não fosse por ela, seriamos apenas fotocópias uns dos outros. Que desinteressante que isso seria!

Qual a causa?

Alguns estudos dizem que o racismo é o resultado da nossa tendência natural de formar grupos e associar o bem ao nosso grupo e o mal aos outros. Basicamente, é um conceito de “nós” e “eles”. Outros dizem também que é o medo do “desconhecido”, que tememos as pessoas que têm uma aparência diferente da nossa. É difícil encontrar uma causa única para esta “doença”. Na minha opinião, é uma combinação de muitas coisas e de muitos séculos de preconceito e discriminação.  

Será possível mudarmos?

Eu acredito que sim. Na realidade, já mudámos. Mas ainda temos muito que fazer, e ainda temos muito para aprender, disso estou certa. Mesmo que seja algo que façamos inconscientemente, pode ser mudado. Precisamos de analisar o nosso comportamento, as nossas crenças e identificar esses preconceitos inconscientes que possamos ter. Assim que o façamos, podemos aperfeiçoarmo-nos e mudá-los. 

Como podemos mudar?

Eu diria que, a melhor forma de mudar um mau hábito é reconhecer esse hábito e o efeito negativo que tem para nós mesmos e para os outros. Eu penso que só o facto de reconhecermos que temos um problema, já é parte dessa mudança e o caminho para a solução.

Temos que nos educar a nós mesmos e educar as nossas crianças a ver a diversidade como algo maravilhoso, não como algo negativo. Ser diferente não significa ser criminoso, apenas significa ser diferente no exterior, no interior somos todos humanos. Se erradicarmos estereótipos raciais e entendermos que existem boas e más pessoas em todas as etnias e que não é a cor da pele , a cultura ou credo que nos faz bons ou maus, é o nosso carácter e os nossos valores como pessoas, criaremos um mundo melhor.  

Se promovermos debate, se fizermos perguntas e em vez de julgarmos e criticarmos uma determinada cultura, perguntarmos às pessoas acerca dessa cultura, para que possamos entender a razão pela qual fazem as coisas de uma forma diferente. Não de uma forma melhor, não de uma forma pior, apenas diferente. Perguntar não ofende, mas julgar é uma ofensa.  

Se educarmos os nossos filhos a aceitar a diversidade e a respeitar todos os seres humanos, estaremos certamente a trabalhar para essa mudança. Se olharmos para as atrocidades horríveis ocorridas no passado, aprendermos com essas atrocidades e mudarmos o nosso comportamento, para que nunca mais tenhamos que ver tais crimes, talvez um dia possamos ver esta palavra triste erradicada dos nossos dicionários e o racismo erradicado do nosso planeta.