Porque Deve Contratar um Editor?

Como escritores, leva-nos algum tempo a perceber a importância de editar. O nosso livro é o nosso filho e passámos uma quantidade considerável de tempo a moldá-lo para torná-lo no que queríamos. Temos uma visão bem trabalhada, estamos loucamente apaixonados pelos nossos personagens e sabemos exactamente onde nossa escrita se destaca. Leva tempo para escrever um livro e requere também um grande investimento emocional. Após escrever e rescrever, copiar e colar, rever, resolver as inconsistências na sua história o seu trabalho está feito, certo? A sua obra-prima está acabada e perfeita, mas será que o seu livro está pronto para ser publicado?

Provavelmente não. Precisa de um editor.

O trabalho de um editor é, como deve imaginar, editar um manuscrito. Não é de surpreender que grande parte do tempo de um editor seja passado a apagar sem misericórdia aquelas palavras que o escritor levou dias a escolher a dedo. Isto porque um editor é alguém com experiência em escrever e ler, que analisa o seu manuscrito à distância. Ao contrário do escritor, o editor não tem um compromisso com o seu investimento emocional. Ele apaga um personagem que não acrescenta nada à história – um personagem que conta uma piada brilhante numa determinada cena e, por causa disso, o escritor não consegue imaginar o seu livro sem ele, mas a verdade é que ele não acrescenta nada. Além de provavelmente prejudicar a história. Um editor organiza os parágrafos quando os deveneios poéticos do escritor sobre um céu à meia-noite saem dos limites. Ele mantém o seu trabalho conciso e focado. Os editores são mestres da linguagem literária, e seus olhos perspicazes sabem distinguir a literatura genuína do excesso de indulgência. Um bom editor tem uma habilidade inata de descobrir o que o escritor quer dizer e como, mantendo a escrita coesa e identificando sempre que houver um desvio. É por isso que é importante encontrar um editor especializado no seu género / estilo.

Um bom editor também identificará onde a escrita está em falta. Assim como um escritor se pode apegar a um personagem redundante ou exagerar na descrições, ele pode estar tão envolvido no seu trabalho que perde boas chances de expandir e brilhar. Pode haver partes em que o desenvolvimento pessoal das personagens é insuficiente ou possibilidades perdidas de descrever lugares e situações que sirvam para melhor cativar os leitores. Um editor identificará estas situações. Editar um livro significa que haverá cortes dolorosos, mas também o prazer de (re)escrever novas partes e uma oportunidade de olhar o enredo de uma maneira diferente. Os editores trabalham de maneira muito congruente, pois examinam a história em partes, enredo por enredo em primeiro lugar, mas também como um todo integrado. O que os editores experienciam quando lêem em “tempo real” pode ser diferente do que sentem depois de ler a história toda.

Os escritores costumam encarar os editores com reluctância, como se os editores fossem inimigos dos seus impulsos criativos e limitadores da sua expressão artística. Não poderia estar mais longe da verdade. Um editor é seu melhor amigo. Claro, um editor não será o tipo de amigo com quem se vai sair para tomar uma cerveja e que vai dar palmadinhas nas suas costas, aconteça o que acontecer. Um editor é o seu verdadeiro amigo de longa data, que o chama à atenção quando sai da linha e que o ajuda a levantar e sacudir o pó quando cai e o manda continuar a caminhar. À distância, um editor é capaz de analisar o seu livro com maior clareza, mas isso não significa que ele não se importe com o seu manuscrito e não sinta afecto por ele. Dificilmente encontrará um editor que não vá mais além para colocar seu livro pronto publicação. Ele examinará as suas primeiras 50 páginas com o pente mais fino para garantir que elas estão tão próximas da perfeição quanto possível, pois sabe que é aqui que é importante cativar os leitores e os agentes.

Muitos escritores experientes não precisam de um editor até encontrarem um agente. O tempo e a experiência ensinam os escritores a evitar suas próprias armadilhas, além de que os seus rascunhos iniciais se tornam mais claros. No entanto, escritores experientes ou já têm representação ou já estão em posição de contratar um editor. Mas para um escritor novo que está a tentar publicar seu livro via mainstream ou self-publishing, um editor não é um luxo, mas sim uma necessidade. A última coisa que um escritor quer é saber que o seu trabalho árduo foi atirado para o fundo da gaveta porque o seu primeiro capítulo estava cheio de backstory, o seu personagem principal era um sujeito infeliz ou suas metáforas falharam. Embora a contratação de um editor não garanta que o seu livro seja publicado, ela aumentará essa probabilidade, pois os editores sabem o que funciona e o que não funciona e conhecem o estado do mercado editorial. Se a ideia é self-publish, então um editor é um investimento que vale a pena pois vai dar-lhe uma visão que de outra forma não conseguiria obter. Por outro lado, se o escritor decidir fazer tudo sozinho, pode acabar com um produto acabado do qual não se orgulhará e seus leitores não apreciarão. Além disso, em self-publishing, é fácil cair na auto-indulgência e na vaidade. Um bom editor vai sempre manter o ego ao longe e permitir que seu verdadeiro talento brilhe.

É caro contratar um editor? Sim! Não é fácil encontrar um bom editor. Eles têm uma combinação de competências que significa que eles são altamente valiosos. Encontrar um bom editor freelance pode ser difícil, mas o impacto que ele podem ter no seu trabalho e a melhoria que ele pode trazer ao seu trabalho vale seu peso em ouro.