O formato do currículo Britânico é diferente do formato Europass usado no resto do continente europeu. Apesar do Europass ser, em geral, bem aceite e facilmente convertido entre os diferentes países europeus e em línguas diferentes, no Reino Unido, é usado um modelo mais antigo. O Europass, ainda que não seja recusado pela maioria das grandes empresas internacionais, é facilmente identificado como sendo oriundo de outro país. O Reino Unido necessita de trabalhadores estrangeiros, mas a expectativa (razoável) é que estes estejam dispostos a adaptarem-se e ajustarem-se ao modo Britânico de vida e a primeira prova disto é um CV adaptado ao modelo Britânico.
O modelo de CV Britânico é mais focado nas qualidades pessoais e na experiência do que numa lista de competências, dando mais importância à experiência de trabalho e menos a qualificações académicas que não são relevantes para o trabalho a que se está a concorrer. O modelo de CV Britânico começa com uma descrição do perfil do candidato, uma pequena e concisa apresentação da pessoa, em três ou quatro linhas, definindo a sua experiência profissional, competências relevantes e aspectos pessoais particulares. Esta descrição serve de isco para levar a entidade empregadora querer ler o resto do currículo.
“Proactive Project Manager with over ten years’ experience in the Construction industry. Comfortable with tight deadlines and high budgets with a knack for motivating large teams to achieve a common goal successfully. Fast-learner and great at finding creative solutions for difficult problems and looking for the next challenge in a different industry.”
É de extrema importância que um currículo Britânico contenha esta informação geralmente intitulada “Personal Profile” ou “Professional Profile”, mesmo que este tipo de informação já tenha sido incluída na carta de apresentação/motivação.
Depois desta secção vem “Educação e Qualificações/Formação”. No caso de uma qualificação não ser de relevância para o trabalho ou seja superada por alguma outra mais recente, não é necessário mencioná-la. É mais importante referir como uma determinada qualificação preparou o candidato para o trabalho, mencionando disciplinas, cursos e trabalhos que o ajudaram a adquirir um determinado nível de experiência/conhecimentos.
Igualmente, no formato de CV Britânico, só deve ser listada a experiência profissional que se esteja adequada ao perfil do trabalho, a não ser que não haja muita experiência profissional a mencionar de todo e tendo em atenção a períodos de tempo sem trabalho. Além das datas, título de trabalho e local de trabalho, é importante descrever o tipo de trabalho realizado e listar quaisquer competências ou objectivos alcançados mas apenas onde estes adicionam informação. Por exemplo, se estiver a concorrer para um trabalho como Engenheiro de Software, é pouco provável que o seu trabalho de verão num bar necessite de ser listado, especialmente se foi adquirida experiência em Tecnologias da Informação mais recentemente. Neste aspecto, o modelo Britânico não é assim tão diferente do Europass, ainda que o Europass se foque mais na experiência profissional geral.
A secção de competências do formato de currículo Europass também necessita de adaptação para o modelo de CV Britânico. Não existe Passaporte Europeu de Línguas nem um Quadro Europeu de Referências para definir capacidades linguísticas. Estas incluem-se na secção de General Skills (Competências Gerais) do modelo de currículo Britânico. Na verdade, geralmente, só se listam as competências digitais fora das competências gerais, enquanto que o modelo Europass divide as competências pessoais em Línguas, Comunicação e Digitais.
Outra distinção importante entre o modelo de CV Britânico e o modelo de CV Europass é a ênfase nos interesses pessoais e como estes definem o concorrente ao trabalho e se estes são, de todo, relacionados com o trabalho. Por exemplo, se estiver a concorrer a um trabalho na indústria da saúde e bem-estar tendo apenas trabalhado num restaurante de fast-food, e um dos seus interesses for “sustentabilidade”, é possível que tenha uma chance mais elevada de ser chamado para o trabalho a que concorreu. O foco do modelo de CV Britânico está no indivíduo num todo e não apenas nas suas competências individuais. Além disso, o modelo de CV Britânico também tem uma secção para Voluntariado e Sucessos. Um voluntário num hospital veterinário pode ter adquirido competências e capacidades que doutra forma não teria conseguido. Da mesma forma, se um candidato correr uma maratona por mês, demonstra tenacidade, determinação e capacidade de foco que podem não estar explícitos através da sua experiência profissional. Esta informação pessoal é opcional e pouco valorizada no modelo de CV Europass.
No que diz respeito a informação pessoal, o modelo de CV Britânico não exige fotografia ou data de nascimento uma vez que estas informações não podem ser utilizadas para seleccionar candidatos. Também não é necessário referir se tem carta de condução a não ser que seja uma condicionante para o trabalho a desempenhar.
É importante referir que não existe um modelo absoluto para o currículo Britânico. Os nomes das secções e a sua ordem podem diferir de acordo com a preferência do candidato ou processo de recrutamento. No entanto, recomenda-se que o CV Britânico não ultrapasse as duas páginas e que toda a informação contida seja objectiva e adaptada à posição a que se concorre. O modelo de CV Europass não dá muito espaço para fazer adaptações e só através de edição exaustiva se consegue fazer um currículo com menos de duas páginas, mas, como é tão uniforme e universal, os recrutadores conseguem rapidamente filtrar toda a informação necessária.
Quer necessite de uma adaptação do CV Europass para o modelo de CV Britânico ou vice-versa, é importante que o seu CV seja traduzido para a língua de chegada com a terminologia exacta e também que seja formatado de acordo com país para onde está a ser enviado o currículo.
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