Cumprir prazos

Cumprir prazos é uma realidade para a maior parte dos profissionais. Vivemos no mundo das metas e prazos e trabalhamos incansavelmente para os cumprir.

Para as empresas, estas metas são objectivos a alcançar. Pode ser o número e casos processados ou contratos assinados. Para outros profissionais, tais como os tradutores, os prazos marcam o final do período de tempo estipulado para finalizarem um determinado trabalho.   

Existem aspectos positivos e negativos destes prazos, dependendo da forma como os vemos e como os estipulamos. A realidade é que precisamos de ser sensatos acerca destes prazos e esse é um ponto fundamental para este assunto.

A nossa reputação em causa

Para tradutores, cumprir prazos é muito importante. De facto, o nosso trabalho depende muito de prazos, pois é a forma como os nossos clientes dependem de nós. Necessitamos de ter tempos de resposta eficientes, para sermos reconhecidos e preferidos pelos nossos clientes.

Se não cumprirmos os nossos prazos é a nossa reputação como profissionais que está em causa. Para os nossos clientes é visto como uma falta de profissionalismo. Na realidade, é mesmo, pois se nos comprometemos a cumprir um determinado prazo, temos que o cumprir mesmo. Mas será que devemos aceitar todos os prazos sem questionar?

Apressar as coisas por um bom tempo de resposta

Mas cumprir prazos e ter bons tempos de resposta não significa apressar as coisas. De facto, apressar um trabalho é tão pouco profissional como não cumprir prazos. Se um tradutor se apressa para acabar um trabalho num período de tempo mais curto, está mais susceptível a cometer erros e más interpretações. Ser bom tradutor requer tempo para interpretar o texto e pesquisar alguns termos desconhecidos, se o tradutor apressa este processo pode acabar com uma má tradução. Isto é tão prejudicial, senão até mais prejudicial do que não cumprir um prazo. 

Há que haver aqui um equilíbrio.

Estipular prazos realistas

Na minha opinião, boa comunicação é chave para problema. Um tradutor deve sempre analisar o texto de partida e estipular um prazo realista. Este deverá ser o tempo necessário para finalizar o trabalho de uma forma profissional, incluindo a pesquisa de possíveis termos desconhecidos, revisão etc. deverá fazer perguntas caso algo necessite de clarificação. Apenas aceitar um prazo, mesmo sendo irrealista, não é uma boa prática. E se um tradutor é bom a cumprir prazos irrealistas, mas o resultado final é uma tradução de má qualidade, isso será mais prejudicial para a sua reputação do que qualquer outra coisa. Ninguém quer pagar por um produto de má qualidade.   

Se o cliente insiste num prazo irrealista, o tradutor deverá ser capaz de explicar a razão pela qual este não é possível. Deverá ser capaz de dizer ao cliente o tempo que necessita para fazer um bom trabalho e a razão pela qual necessita desse tempo. Uns minutos e até umas horas a mais não serão um problema se o resultado final é uma tradução de qualidade, que pode ser imediatamente utilizada pelo cliente.

Por outro lado, uma tradução apressada para cumprir um prazo irrealista pode ser um problema grave. Se essa tradução estiver cheia de erros e não tiver qualidade, necessitará de ser revista e corrigida. Isto significa que o cliente terá de contratar outro tradutor para fazer esse trabalho e isso irá, em última análise, levar mais tempo e ter mais custos.