Encerramento de fronteiras

Encerramento de fronteiras, será que devíamos fazê-lo? É um tópico muito sensível e do qual os governos não gostam de falar. Afinal, as repercussões do encerramento de fronteiras são muito graves, uma vez que milhões perdem os seus empregos. É uma linha muito fina manter o equilíbrio entre economia e saúde pública. Mas estamos numa pandemia, e se não cuidamos da saúde pública, não teremos economia. Então o que podemos fazer?

Austrália

Uma das primeiras medidas que o nosso Primeiro Ministro, Scott Morrison, tomou, quando esta pandemia se iniciou foi encerrar as fronteiras a estrangeiros. Foi severamente criticado na altura. Mas ele não ouviu essas críticas, ele sabia o que estava a fazer e tinha uma equipa de profissionais de saúde, liderada pelo nosso Director Clínico do Ministério da Saúde, aconselhando-o no que era melhor para a Austrália.           

O resultado foi que nunca tivemos um largo número de casos, tal como vemos noutras partes do mundo, e o nosso sistema de saúde nunca ficou super-lotado.       

Os custos

O encerramento de fronteiras não foi uma decisão fácil, mas mais uma vez digo, que nenhuma decisão tomada durante esta pandemia foi fácil, e eu não queria certamente estar na pele de nenhum Primeiro Ministro. Mas quando Scott Morrison encerrou as fronteiras, encerrou sectores inteiros, tal como o turismo e a aviação. Foi devastador ver as companhias aéreas deixarem as suas frotas em terra e muitos negócios locais no sector turístico afundarem. Mas houveram outros sectores afectados, por exemplo, o sector da educação. Todos os anos, a Austrália recebe milhares de estudantes internacionais vindos de todo mundo. O encerramento de fronteiras significou que estes já não poderiam vir, o que se traduziu em avultadas perdas para as universidades. Mas ele tomou a decisão certa, e penso que nós entendemos isso. Caso não o tivesse feito, estaríamos numa situação muito grave, tal como muitos outros países do mundo.          

O caminho para o futuro

Finalmente as vacinas já cá estão. Em todo o mundo as pessoas começam a ser vacinadas e estamos a caminhar na direcção certa. Embora todos tenhamos a noção de que não acontecerá de um dia para o outro, e levará alguns anos, mas acabaremos por lá chegar. O sector da aviação tem feito um magnífico trabalho implementando regras que ajudam os governos a ganhar confiança no sector. Um passaporte Covid é uma delas. A Alitalia foi uma das primeiras a implementar “voos livres de covid”. Agora, quase todas as companhias aéreas abraçaram o sistema e esta ideia do passaporte covid.    

Tal como já mencionei muitas vezes, eu acredito vivamente que este é o caminho para o futuro. Testes, vacinas e o passaporte covid podem ser a chave para reabrir as fronteiras e volta a ter alguma normalidade.